Prossegue a formação de inspectores em novas teconologias - EXCEL
Estamos num país onde a pobreza não é coisa estranha. Estranha-se a forma como gerimos a pobreza. A nossa marca distintiva é a audácia na gestão da pobreza. Fazemos tudo com garra e motivação e nunca nos deixamos arrastar pela miséria, porque também não cruzamos os braços ante as adversidades que teimosamente vêm crescendo.
Gerir a Inspecção Geral da Educação tem sido uma gestão da pobreza.
A Inspecção Geral da Educação tem sido um serviço menos fácil de gerir, não só pela natureza das suas funções que, são, naturalmente exigentes, porém impossíveis de exibir para o merecido reconhecimento. As acrescidas dificuldades advêm do seu enfraquecimento e redução.
Em 1996, Junho, criou-se o estatuto de ensino privado e em Setembro criou-se o quadro privativo da Inspecção, numa altura em que as reformas educativas se encontravam em curso. A Inspecção estava interpelada a intervir em várias frentes do funcionamento do sistema e serviços educativos. Então, em 1997, de acordo com as necessidades do sistema diagnosticadas, abriu-se um concurso nacional para recrutamento de 8 inspectores e sete inspectores-adjuntos. De entre mais de oitenta participantes, ficaram apurados, no final, 15 novos agentes inspectivos que acederam à carreira de inspectores e todos, menos dois, exerceram a função durante o primeiro ano.
A partir de 1999 começou uma acção de aperfeiçoamento de cinco inspectores, em Portugal, que não teve continuidade.
Em 2001, com o regresso dos cinco inspectores, era suposto o reforço da avaliação institucional e acompanhamento dos serviços e controlo e fiscalização da qualidade da educação e formação ministradas nas escolas públicas e privadas do país que cresceram e duplicaram. Um programa de avaliação integrada foi experimentada e começava a dar fruto.
Eis que em 2004, quando assumimos a direcção geral desta Inspecção, esta já não contava com os inspectores, mas apenas os inspectores adjuntos, quase todos sem certificado de uma formação superior.
A formação tem sido a aposta de nós todos: No decurso de 2004 a 2007 conclui-se duas licenciaturas, um mestrado, cinco bacharéis em que todos os formandos tiveram alguma forma de apoio, ainda que fosse apenas a dispensa de poucas horas para a formação.
Apostamos no aperfeiçoamento frequente, em matérias específicas de interesse da classe. Não cruzamos os braços ante a insuficiência de quadros. Já que não pudemos remover as dificuldades de crescimento do orçamento para que pudéssemos reforçar o quadro, direccionamos os esforços no crescimento no pessoal, no crescimento em altura do nosso pessoal. Trata-se do crescimento em competência para nos dotarmos de capacidades de trabalho, para ganharmos mais destreza e agilidade no tratamento das questões e resolução de problemas complicados.
As acções de formação, capacitação e aperfeiçoamento de inspectores, são sempre cuidadosamente arquitectadas, os temas são seleccionados com base nas lacunas identificadas no quotidiano, a partir das tarefas realizadas, visando acolmatar as necessidades de um saber fazer a inspecção mais aprimorado, mais soft, mas também de um modo mais sofisticado e mais célere, com menos esforço.
A gestão da formação foi continuamente seguida, supervisionada e direccionada para as necessidades básicas dos inspectores.
Esta sessão decorrida de 23 a 28 de Julho será seguida de uma outra nos finais de Setembro ou princípios de Outubro deste ano.

